Botões Tenros

Autores: Gertrude STEIN

Tradução: Arthur Lungov

Editora: São Paulo: Jabuticaba

Data de Lançamento: 2022

Nº de Páginas: 148

Língua do Original: inglês

Literatura do Original: norte-americana

Período Literário: Século XX

Paratexto: posfácio do tradutor

Obs sobre a Obra: "UMA GARRAFA, ISTO É UM VIDRO CEGO. Esse é o título do primeiro poema do Tender buttons, de Gertrude Stein. Aí já começamos a ver alguma coisa. Ou melhor, a não ver. Porque quando se trata de Stein, não é de transparência – o vidro – que estamos falando. Mas de opacidade – cego. Não que o sentido seja totalmente eliminado. Nas descrições insólitas que ela faz de objetos, de alimentos ou de quartos, algo do referente permanece. Mas a linguagem em si é decomposta e recombinada. Algo como fazem os cubistas com suas formas, Picasso, Braque. Não à toa, amigos e referências de Stein. No caso dela, porém, estamos em território textual, não visual. Daí o estranhamento maior. Stein pega as palavras e as trata como objetos, como pecinhas. Criança que desmonta o brinquedo e remonta de um jeito inédito. “Esqueça a gramática e pense em batatas”, escreveu ela no livro How to Write, de 1931. Tem coisas que Stein não nos deixa esquecer. Primeiro, que é de linguagem que se trata, como foi dito. Não é outra coisa, não é o conteúdo, embora a ligação não deixe de existir. Segundo, que a linguagem é um deleite. Um deleite, um prazer, uma delícia. Como trava-línguas. Ou repetir uma frase até perder o sentido. “Uma tentação qualquer tentação é uma exclamação se há delitos e ossinhos.” Jogar, brincar. “Brame brame, manteiga. Deixe um grão e mostre, mostre. Eu espio.” Como diz o tradutor Arthur Lungov no posfácio, Stein faz tudo isso sem inventar palavras, sem os neologismos de Joyce ou os sons assemânticos dos dadaístas. É tudo na sintaxe. “As palavras que lemos em Tender buttons são relativamente simples e cotidianas; é a maneira pela qual estão dispostas que nos desconcerta”, escreve. E esse desconcerto é um estranhamento é um espanto é um deleite. Escritos entre 1912 e 1913, os botões de Stein continuam tão tenros na tradução quanto eram há 110 anos. Aos leitores e leitoras, cabe se entregar à experiência do texto e relaxar, desistindo de qualquer ideia de transparência, de apreensão absoluta de significado ou interpretação. “Cadências, cadências reais, cadências reais e uma cor quieta.” Aí começa o jogo, a cabra-cega. “É melhor que lagos inteiros lagos, é melhor que semear.” Jeanne Callegari (Fonte: site da editora Jabuticaba)

Obs sobre a tradução: A tradução de Lungov é feliz na recriação de um texto tão cheio de desafios, mantendo o frescor e a graça do original, dos trocadilhos ao aspecto sonoro, das rimas e aliterações às repetições e pontuação. Elementos que formam o ritmo tão peculiar da autora. (Fonte: site da editora Jabuticaba)

Edição: Bilíngue

Categoria: Autor Único