Revolução: travessia dos muros

Autores: Safaa FATHY

Tradução: Piero Eyben

Editora: Brasília: C14 Editora

Data de Lançamento: 2019

Nº de Páginas: 62

Língua do Original: árabe

Literatura do Original: egípcia

Período Literário: Contemporâneo

Paratexto: prefácio de Jean-Luc Nancy

Obs sobre a Obra: uma revolução pode ter muitos nomes, ela assume às vezes feições muito distintas e seu caminho é irremediável. Esse é um atributo que não podemos simplesmente evitar. Ela toma lugar, ela se apropria do movimento das massas e, ao invés de personalizar lutas particulares, torna-se uma voz plural que não é possível ser prevista. Foi assim também na Revolução Egípcia de 2011. O que surge quando uma mulher, no contexto árabe, resolve voltar a seu país durante a revolução e assumir a vez e a voz? Foi o que fez Safaa Fathy. Ela tomou um avião e resolveu filmar, fotografar e escrever a revolução. Escrever desde a morte de seu irmão, pela poluição às margens do Nilo; escrever desde o dia a dia das mulheres que pouco a pouco tomam a Praça Tahrir e começavam a perder aquilo que as impuseram desde seus nascimentos, a vergonha de simplesmente ser mulher. É assim que diz essa outra voz. Sabendo-se que “é preciso dar todos os direitos às mulheres na nova constituição”, como ela diz a um idoso num de seus instantâneos, esses textos arranjam uma outra dimensão à qualquer revolução. Olhar desde a água perolada, como dirá Jean-Luc Nancy em seu prefácio poético, olhar desde as cores que foi possível captar do pequeno círculo aberto em uma janela em plena ebulição revolucionária. Começar como quem pudesse resgatar impressões, mas sobretudo o convívio entre os companheiros da nova sociedade que poderia ter se erguido naquele momento. O que esse texto grita, já que ele grita por cadáveres insepultos? Ele grita algo que é “escuro como a liberdade”, ele quer tomar a “consciências das letras” que ele insiste em escrever. (Fonte: C14 edições)

Edição: Não Bilíngue

Categoria: Autor Único