Manuel Bandeira

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (1886-1968), conhecido como Manuel Bandeira, foi um professor, poeta, cronista, historiador literário, professor e crítico que nasceu em Recife. Aos dez anos, a família se mudou para o Rio de Janeiro, onde ele cursou o secundário no Externato do Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro II, de 1897 a 1902. Em 1903, ele se matriculou na Escola Politécnica de São Paulo, para fazer o curso de engenheiro-arquiteto, no entanto, no ano seguinte abandonou os estudos devido a uma grave tuberculose.

Praticamente desenganado aos 18 anos, Bandeira fez estações de cura em Minas Gerais, Rio de Janeiro, e Clavadel, na Suíça. No entanto, contrariando os prognósticos, Manuel Bandeira viveu até os 82 anos e criou obras primordiais da moderna poesia brasileira.

O primeiro livro publicado por ele foi “A cinza das horas”, que reúne poemas compostos durante o período de tratamento da tuberculose. Os poemas do livro oscilavam entre tendências parnasianas e simbolistas. Em 1919, publicou uma segunda obra, “Carnaval”, que desta vez tinha nos poemas a busca pela simplicidade e liberdade de composição rítmica.

Mário de Andrade dizia que Bandeira era o “São João Batista do Modernismo”. Ele foi o autor do famoso poema “Os sapos”, sátira ao Parnasianismo, recitado na Semana de Arte Moderna. Embora não tenha participado diretamente da Semana de Arte Moderna, Manuel contribuia com diversas revistas e produções que abordavam as tendências do Modernismo.

Além de escritor, Bandeira foi crítico literário, musical e das artes plásticas. Como tradutor, ele trouxe para o português obras como “Macbeth”, de William Shakespeare, “D. Juan Tenório”, de José Zorilla, e “O advogado do diabo”, de Morris West.

Com 50 anos, Manuel Bandeira foi homenageado com a edição do livro “Homenagem a Manuel Bandeira”, que reuniu os depoimentos de 33 grandes nomes da cultura do país. Em 1937, recebeu o prêmio da Sociedade Felipe d’Oliveira, pelo conjunto da Obra, e o prêmio de poesia do Instituto Brasileiro de Educação e Cultura, em 1946.

Fonte: Academia Brasileira de Letras